Um olhar transaltlântico sobre Olhão

Quem explora o Algarve tem a oportunidade de ter experiências que incluem tanto visitas a monumentos históricos quanto paisagens de tirar o fôlego. Mas engana-se quem pensa que a região se restringe somente aos locais que atraem turistas de todo o mundo: na verdade, cerca de 60 km do litoral algarvio são marcados pelo labirinto de canais, ilhas, sapais e bancos de areia que, juntos, formam a Ria Formosa.  

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Zona húmida de importância internacional, a Ria Formosa é repleta de ecossistemas e habitats: ali há sapais, áreas alagadas que ficam submersas quando a maré está alta e que são um local de alimentação e refúgio para aves. Há também ilhas arenosas, que protegem a zona costeira dos efeitos abrasivos causados pela água do mar, salinas e pradarias marinhas – estas são significativas para a reprodução e sobrevivência de seres como os cavalos marinhos. 

A fauna da Ria Formosa é diversa, sendo o lar de espécies variadas – entre elas, vale destacar a galinha-sultana, também chamada de caimão-comum. Esta ave tem aparência que lembra a das aves tropicais: sua plumagem é marcada por tons de azul escuro, o bico é vermelho, as pernas são altas e a parte inferior da cauda tem tons de branco. A galinha-sultana esteve sob risco de extinção e tornou-se um verdadeiro símbolo da Ria Formosa.  

Além do seu porto de pesca e centro turístico, Olhão é conhecido como a “Capital da Ria Formosa” por razões que não se restringem somente aos aspectos ambientais e socioeconômicos, como comenta Juliana Menezes, Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental e co-coordenadora da equipa do centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS). O Centro opera desde 2009, trabalhando na recuperação da fauna, investigação das causas de declínio e ameaças a espécies e na realização de atividades de conscientização ambiental.  

“[Olhão é conhecido como a Capital] pela sua tradição pescatória, pois possui um dos mais importantes portos do Algarve (e condições ideiais), aquacultura, turismo de natureza, salinas. Por se encontrar no ‘coração da Ria Formosa’ e viver dela, acaba por ser uma ótima representação deste ecossistema e de como pode haver a conciliação da natureza com o ser humano”, explicou.  

Em Olhão, é possível visitar o Parque Natural da Ria Formosa, que oferece uma verdadeira imersão na diversidade de vida animal e vegetal da reserva. Ali, os visitantes podem conhecer os ecossistemas da região, aprender sobre a área protegida, ver espécies nativas em de observatórios que permitem admirá-las em suas atividades naturais.  

No entanto, a riqueza ambiental da Ria Formosa – e de todo o restante do mundo – está ameaçada pelo aquecimento global e pelas consequentes mudanças climáticas. De acordo com dados do Relatório de Destaques do Clima Global em 2024 do Copernicus, programa da União Europeia de Observação da Terra, 2024 foi um ano marcado por recordes: houve um aumento de 0,72 ºC na temperatura global, que representa 1,6 ºC a mais em relação ao período pré-industrial. Segundo o relatório, 2024 foi o primeiro ano com temperatura média acima de 1,5 ºC, o limite estabelecido pelo Acordo de Paris. 

O aumento do nível do mar pode alterar a dinâmica da reserva, afetando as ilhas barreira que atuam como proteção natural. A subida do nível da água pode também alterar a dinâmica dos sapais, mudando a produtividade e disponibilidade do alimento presente para as aves ali. “O aumento da temperatura da água, pondo em risco as pradarias marinhas, por exemplo, e havendo proliferação de algas exóticas e extinção de algas autóctones”, acrescentou ela. Mais do que nunca, é necessário agir para proteger a vida existente ali – e rápido.  

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